O qué é o jejum intermitente?

O jejum intermitente é uma técnica alimentar que envolve períodos alternados de jejum e alimentação. Em outras palavras, a pessoa consome alimentos por um período limitado de tempo e passa o restante do dia em jejum. Este método de alimentação é baseado na ideia de que o corpo é capaz de se adaptar a períodos de privação alimentar, o que pode ter vários benefícios para a saúde, incluindo perda de peso, aumento da sensibilidade à insulina e melhora do equilíbrio hormonal. O jejum intermitente é uma prática que remonta a épocas antigas, quando a alimentação não era sempre disponível, e hoje é amplamente estudado como uma ferramenta para melhorar a saúde e a longevidade.

Um pouco de história

A ideia de jejum intermitente tem raízes antigas e foi adotada por muitas culturas e religiões ao longo da história. Na Grécia antiga, por exemplo, os atletas jejuavam antes dos jogos olímpicos como uma forma de melhorar a saúde e a performance. No entanto, foi somente recentemente que a ciência começou a investigar os benefícios do jejum intermitente. Nos anos 20 e 30, os cientistas descobriram que o jejum prolongado podia aumentar a expectativa de vida dos ratos de laboratório e prevenir doenças. Foi através desse marco, que começaram inúmeras pesquisas a respeito dos benefícios do jejum intermitente para a saúde humana.

Quais são os protocolos mais utilizados?

Existem vários protocolos de jejum intermitente, alguns dos mais comuns incluem:

  1. Jejum de 16 horas: Neste protocolo, a pessoa jejua por 16 horas e consome alimentos durante um período de 8 horas. Por exemplo, se a pessoa começar a jejuar às 20h, ela pode comer pela primeira vez às 12h do dia seguinte.
  2. Jejum de 24 horas: Este protocolo envolve jejuar por 24 horas, uma ou duas vezes por semana. Por exemplo, se a pessoa começar a jejuar às 20h em uma segunda-feira, ela só pode comer novamente às 20h na terça-feira.
  3. Jejum de 5:2: Neste protocolo, a pessoa jejua por duas vezes por semana, comendo apenas 500-600 calorias nesses dias, e segue uma dieta normal nos outros cinco dias da semana.
  4. Jejum do dia inteiro: Neste protocolo, a pessoa jejua por um dia inteiro, todas as semanas ou a cada poucas semanas. Por exemplo, se a pessoa começar a jejuar às 20h em uma segunda-feira, ela só pode comer novamente às 20h na terça-feira.

Estes são apenas alguns exemplos dos muitos protocolos de jejum intermitente disponíveis. É importante lembrar que cada pessoa é única e pode responder de maneira diferente aos diferentes protocolos.

Como o corpo se mantém em jejum?

A gliconeogênese é um processo metabólico que ocorre durante o jejum, no qual o corpo converte compostos não-glicêmicos(açúcares), como aminoácidos e gorduras, em glicose para fornecer energia ao cérebro e a outros tecidos.

Durante o jejum, quando as fontes de glicose externas (alimentos) estão escassas, o corpo se volta para as reservas internas de gordura e aminoácidos(músculos) como fontes de energia. A gliconeogênese é então ativada para produzir glicose a partir de compostos não-glicêmicos(açúcares), como lactato, gorduras e aminoácidos, mantendo assim o nível de glicose no sangue suficiente para sustentar o cérebro e outros tecidos importantes.

Esse processo é importante porque permite que o corpo mantenha uma fonte constante de energia durante o jejum, ajudando a preservar o funcionamento adequado do cérebro e outros tecidos. Além disso, o processo de gliconeogênese é um importante mecanismo de adaptação que permite que o corpo lide com períodos de escassez alimentar, como o jejum, sem prejudicar a saúde.

Benefícios do jejum intermitente

Os benefícios mais marcantes que podem ajudar quem quiser aliar-se a prática são:

  1. Perda de peso: O jejum intermitente pode ajudar a perder peso ao limitar o tempo disponível para comer e reduzir a ingestão total de calorias que basicamente todo protocolo adota.
  2. Melhora da saúde metabólica: O jejum intermitente pode melhorar vários indicadores da saúde metabólica, incluindo a glicemia, os níveis de insulina e a resistência à insulina pelo peso perdido.
  3. Redução do risco de doenças crônicas: O jejum intermitente pode ajudar a reduzir o risco de doenças crônicas, como obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares.

O que a ciência diz?

A literatura científica tem produzido resultados mistos sobre o jejum intermitente. Alguns estudos sugerem que o jejum intermitente pode ter vários benefícios para a saúde, incluindo perda de peso, melhora da saúde metabólica e redução do risco de doenças crônicas.

No entanto, outros estudos têm sido menos conclusivos sobre os benefícios do jejum intermitente. Algumas pesquisas sugerem que o jejum intermitente pode ter efeitos negativos na saúde, incluindo aumento do risco de lesões musculares pela falta de energia durante os treinos que a redução dos carboidratos causam, redução da força física e alterações no estado de humor por conta dos períodos prolongados em jejum.

Além disso, é importante lembrar que o jejum intermitente não é adequado para todas as pessoas, especialmente aquelas com certas condições de saúde, como diabetes, problemas alimentares ou desordens alimentares.

Conclusão

A prática do jejum intermitente tem sido objeto de muita pesquisa nos últimos anos, mas ainda há muitas incertezas sobre seus efeitos na saúde humana. Em última análise, é importante que mais pesquisas sejam realizadas para entender plenamente os efeitos do jejum intermitente na saúde humana.

Além disso, é importante lembrar que, para o emagrecimento e o controle de doenças crônicas não temos fundamento na literatura científica para confirmar que o jejum intermitente é mais eficaz que uma alimentação contínua durante o dia, sem jejum e com restrição calórica.

É super importante que as pessoas consultem um profissional de saúde, principalmente o nutricionista antes de iniciar qualquer mudança na dieta ou rotina alimentar, incluindo o jejum intermitente. Cada indivíduo é único e pode ter respostas diferentes ao jejum intermitente, por isso é importante considerar as necessidades individuais antes de iniciar qualquer prática de jejum.

Referências

The Effects of Intermittent Fasting on Brain and Cognitive Function: doi: 10.3390/nu13093166

INTERMITTENT FASTING AND HUMAN METABOLIC HEALTH:  doi: 10.1016/j.jand.2015.02.018

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